A Zika Olímpica

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Zika. A palavra que era, até pouco tempo, utilizada com diferentes institutos linguísticos por jovens, caiu na boca do povo ultimamente, e por um motivo nada bom. Um vírus que foi inicialmente detectado em 1947, na costa da Republica de Uganda, pode estar colocando em cheque não só o sistema de saúde brasileiro, mas também um dos maiores eventos esportivos: as Olimpíadas. O vírus que vem tirando o sono de médicos, oficiais do governo, dos atletas, é transmitido pelo mosquito Aedes Aegypti. Outro ponto a ser tratado é a grave relação com a microcefalia, que vem trazendo pânico a mães e à população como um todo. Sem contar que a classe social que mais sofre é a mais baixa, pois muitos não têm acesso a saneamento básico. Com o a epidemia crescendo exponencialmente, com cientistas correndo contra o tempo para achar uma vacina, as seguintes perguntas se tornam populares: Como que o Estado, em dívida e ineficiente, conseguirá conter este vírus? Também, se os Jogos Olímpicos não podem tornar o Zika uma epidemia mundial, se é que eles acontecerão?

Durante as poucas décadas do nosso novo período democrático, é possível dizer que o Estado, ainda mais quando se fala de saúde, tem sido extremamente ineficaz. Algo que custa caro, que só traz prejuízos à população. Um exemplo nítido é como a Dengue continua a ser algo resistente e perigoso, mesmo que o Estado tenha declarado até estado crítico em algumas ocasiões. Mesmo que o Estado tenha se empenhado para tratar a dengue, em todo verão úmido e de chuva é a mesma coisa, crise de dengue em diversos estados. Como, então, a população pode confiar no poder administrativo do governo para tratar um vírus, sendo que o mesmo não consegue conter crises hídricas, politicas, administrativas, econômicas? Sem contar as fatídicas declarações do Ministro da Saúde, Marcelo Castro, que disse que “torcia para mulheres pegarem o vírus antes da idade fértil.” Ah, e sim, você leu certo, o Ministro da Saúde disso isso. Sem contar a esdrúxula maneira com que o congresso insiste em dificultar o acesso ao aborto, mesmo com os milhares de casos de microcefalia. Com o governo em crise financeira e moral, não é compreensível o repúdio a movimentos da iniciativa privada para tentar exterminar este vírus. Por exemplo, dois engenheiros na Alemanha conseguiram criar uma máquina que detecta o Zika vírus instantaneamente, mesmo se a pessoas não tiverem sintomas.  É exatamente onde a iniciativa privada e o Estado deviam colaborar; mesmo assim, o governo segue dificultando a importação de materiais de saúde. É claro que a ajuda individual dos cidadãos também não é exemplar, mas a ineficiência estatal deixa a dona de casa preocupada.

No Rio de Janeiro em 2015, o alto custo do subsídio público ao Carnaval foi o estopim para uma série de revoltas e indignação da sociedade. Com o sistema de saúde público do Rio em pedaços, com filas de espera no SUS de até três meses, o governo teve a audácia de gastar milhões, mesmo com uma nova crise (Zika) vindo por aí. O mesmo estado que, em cerca de quatro meses, receberá um dos eventos esportivos mais importantes e prestigiosos no mundo. as Olimpíadas. Colocando todos os fatores na balança, é possível concluir que os brasileiros, mais especificamente os cariocas, terão grandes dores de cabeça.

Essa falta de confiança não atinge só os brasileiros, mas também atletas estrangeiros, que participarão nas Olimpíadas do Rio em 2016. A Copa do Mundo terminou com o vexame do 7 a 1 e as Olimpíadas já começam completamente com o pé esquerdo. A maioria das federações americanas declarou que os atletas serão convocados, mas que ficaria por escolha própria do atleta escolher se gostaria de vir, ou não. O evento também deixa escancarado o fiasco nas contas públicas, sendo que, em um momento extremamente inoportuno, estaremos gastando bilhões de reais no evento, o SUS, assim como a epidemia do Zika vírus, estarem em estado critico. É inevitável que os jogos irão acontecer, mas colocando tudo na balança, por conta da ineficiência da população e estatal, junto com a crise na saúde, é possível dizer que o mundo tem razão em ficar preocupado.

 

Sources: BBC, Forbes, DailyMail