Carnaval não acontece só no Brasil: histórias e tradições do Carnaval pelo mundo

O Carnaval está no ar – sem escola, sem lição, sem responsabilidade. A alma da festa já tomou conta de todas as pessoas no Brasil, que fica parado por três dias (ou, no caso da Graduada, uma semana). Três dias de festa. Três dias para esquecer das responsabilidades da vida. Para ficar com a família, os amigos e para se divertir um pouco.

Aqui, neste maravilhoso país, o Rio de Janeiro é conhecido por ter o melhor Carnaval do mundo, mas a cultura dessa grande festa já se expandiu por todos os cantos do planeta. Aqui estão alguns festivais notáveis.

As origens do Carnaval estão na Europa medieval. Em Roma e Veneza, até os franceses Bourbon nos no séculos 17 e 18. Vindo da religião Católica, o Carnaval marca o começo da Quaresma e normalmente alguns cristãos tradicionalmente não comem carne e porco. A palavra “carnaval” vem desta ideia, de carnelevare que significa “remover a carne”. O feriado tem sua fonte no festival pagão do Saturnais, mas foi adaptado pelo Catolicismo e se transformou em um feriado de despedida.

O Carnaval se expandiu para Africa, América Latina e também para os EUA. Existem festivais famosos em New Orleans, Nice, Veneza e Trinidad e Tobago. Cada lugar tem uma história diferente, todos com a origem na Europa, mas a expansão para o que hoje é Carnaval, é bem diferente porque mostra a cultura do país. A  essência do Carnaval é percebida em todo lugar, mas a festa é tratada de forma diferente, segundo as tradições locais.

Nice, França: Para comemorar o tempo de tradição Católica, os franceses decidiram que o Carnval era o momento para alegria. Eles costumavam zombar de tudo e de todos, por trás de máscaras. Até o seculo 18, o Carnaval só tinha máscaras e festas sofisticadas e, por causa da influência de Veneza, as festas foram para as ruas.  Durante o Primeiro Império Napoleônico, infelizmente, todos as atrações de Carnaval foram consideradas ilegais. As tradições do Carnaval no século 18 tinham disfarces, jogo de confete, farinha e ovos em pessoas, mas Gustav-Adolf, o filho do Rei, trouxe carros alegóricos praticamente mágicos para os desfiles, que contavam mitos e contos, e isso se tornou a imagem moderna do Carnaval em Nice.

Carnaval_de_Nice_-_bataille_de_fleurs_-_2

New Orleans, EUA: New Orleans foi fundada em 1718 por Bienville, mas só em 1730 Mardi Gras começou a ser comemorado em público. No começo, o festival não tinha aqueles desfiles bonitos associados com a imagem moderna de Mardi Gras. O festival era comemorado com festas do governador, Marquis de Vaudreuil. Só em 1830 o primeiro tipo de desfile começou. Naquela época, Mardi Gras tinha pessoas mascaradas, carruagens e cavaleiros para comemorar a festa. Deslumbrantes tochas iluminavam o desfile e existia um ar de romance. Em 1872, foi criado o título de Rei do Carnaval, Rex, para liderar o desfile e também foram apresentadas as cores roxo, verde e ouro como as cores oficiais do Carnaval. 1872 foi o ano em que a grande imagem do Mardi Gras foi criada. Todo ano, grandes sociedades, ou krewes, criam carros alegóricos baseados num tema. O primeiro krewe foi o Rei do Carnaval, Rex. Outro krewe no Mardi Gras é da comunidade LGBT. O carro alegórico deles é Mickey Gil, a Rainha de Petrônio. A comunidade toda se veste com fogos de artifício grudados nas costas. O krewe do Zulu Assistência Social é baseado numa comédia musical com um ator afro-americano parodiando um rei africano. Eles adaptaram o personagem para zombar dos estereótipos negros. Em New Orleans, a celebração do Carnaval tornou-se um tempo para desfilar, dançar e cantar pelas ruas.

 

Port of Spain, Trinidad e Tobago: Quando os franceses católicos chegaram na ilha para estabelecer plantations, no século 18, eles introduziam o feriado para os ingleses que lá estavam. Os africanos escravizados que trabalhavam nas plantações usaram o festival como um rito simbólico de liberdade. Durante a Segunda Guerra Mundial, o festival foi proibido, mas depois de 1950, o Carnaval se tornou uma celebração de mas, uma abreviação para máscara. Em 1920, as máscaras com a forma de diabo ganharam popularidade e tinham grupos enormes, com diferentes tipos de diabos. O líder destes grupos normalmente carregava um livro para registrar todos os pecados das pessoas de Trinidad. Hoje em dia, um mascarado veterano, Desmond Sobers, continua a assumir o papel de Bookman, o diabo. Outros personagens comuns no Carnaval são marinheiros americanos e britânicos. Essa tradição começou no século 20, quando os americanos criaram uma base naval perto da cidade. Um dos eventos mais importantes em Trinidad e Tobago é a competição para escolher o Rei e a Rainha, quando diferentes casais dançam com fantasias elaboradas para retratar o tema daquele ano.

Carnival_Costume_in_Trinidad

 

Referencias: carnavalexhibit.org, nicecarnaval.com, mardigrasneworleans.com